Educação Infantil anti-racista

A negação em falar sobre este assunto seja por parte dos pais, das educadoras e dos indivíduos que mantêm contato direto com as crianças, seria “tapar os olhos com a peneira”, a melhor maneira em abordar a referida questão é mostrar as diferenças tantos étnicas, quanto sociais de cada indivíduo.

A escola é responsável pelo processo de socialização infantil no qual se estabelecem relações com crianças de diferentes núcleos familiares. Esse contato diversificado poderá fazer da escola o primeiro espaço de vivência das tensões raciais. A relação estabelecida entre crianças brancas e negras numa sala de aula pode acontecer de modo tenso, ou seja, excluindo, possibilitando que a criança negra adote em alguns momentos uma postura introvertida, por medo de ser rejeitada ou ridicularizada pelo seu grupo social. Interferindo na construção da sua identidade de criança.

A conseqüência dessas construções preconceituosas é a manifestação da discriminação, uma ação que pode variar desde a violência física até a violência simbólica, manifestada por rejeições provenientes de uma marca depreciativa (estigma), por não estar coerente com o padrão estabelecido.

De acordo com Goffman, o termo estigma é de origem grega e se referia a sinais corporais, uma marca depreciativa atribuída a um determinado sujeito por não estar coerente com as normas e o padrão estabelecidos. Assim, busca a evidência do seu desvio e atributos negativos com a imputação do estigma, um “aviso” que deveriam manter-se afastados da pessoa estigmatizada.

Muitas crianças acabam se prejudicando pedagogicamente e não há o reconhecimento, a ponto de se avaliarem de maneira errônea, distorcida, considerando-se incapazes, inferiores e, ao menor sinal de dificuldade, abandonam o processo escolar. É pelo olhar do outro que me constituo como sujeito. É a qualidade desse olhar que contribui para o grau de auto-estima da criança.