
quinta-feira, 27 de março de 2008
segunda-feira, 10 de março de 2008
A Psicanálise nos Contos de Fadas - Bruno Bettelheim
Diante da tarefa de deduzir quais as experiências na vida infantil mais adequadas para promover sua capacidade de encontrar o sentido da vida, Bettelheim, afirma que nada é mais importante que a presença dos pais e a herança cultural, quando transmitida de forma correta. Partindo desses pressupostos detecta que os livros e as cartilhas não possuem significado na vida das crianças. Eles simplesmente cumprem uma missão isolada do mundo infantil. Com relação a esse último dado, principalmente das cartilhas, encontramos um mundo muito distante do imaginário infantil. As cartilhas e demais materiais são dos mais diferentes universos do mundo infantil, utilizam uma linguagem comum para esses mundos diferentes. Isso proporciona um afastamento rápido entre a criança e o livro. Como entender e apreciar o mundo que não lhe tem sentido? Assim o significado da leitura fica restrito a aquisição da habilidade de ler.
O autor classifica de “pior” a característica dos livros infantis de lograr a criança, afastando-a do significado mais profundo, na fase de vida a qual se encontra. Para que tenhamos uma história que realmente prenda a curiosidade infantil, devemos despertar sua imaginação. Com características próximas na literatura infantil temos grandes contribuições dos contos de fadas. O conto de fadas é capaz de reviver o imaginário da própria literatura e até mesmo a sua estrutura fica misturada. Eles, os contos de fadas, ajudam no esclarecimento das emoções, através do estímulo à imaginação, ao encorajamento, de soluções na auto-estima e aborda questões psíquicas, edipianas, amor paterno e ritos de passagem para a vida adulta. Gostaria de partilhar essa informação dada pelo autor, acrescentando que na infância a fantasia transpassa a vida e a vida toma aspectos de fantasia. Assim, as fadas, as bruxas, os animais que falam e os heróis vão ao encontro dos interesses e anseios da criança. Embora eles vivam num mundo de contornos imprecisos, porém povoados de seres imaginários, vivos e atuantes dentro da lógica infantil. O conto de fada se encaixa perfeitamente nesse mundo de encantamento, ativando a imaginação e preenchendo a fantasia. Para isso, cito Schiller: “Há maior significado profundo nos contos de fadas que me contaram na infância, do que na verdade que a vida me ensina” (The Piccolomini, II,4).
O autor classifica de “pior” a característica dos livros infantis de lograr a criança, afastando-a do significado mais profundo, na fase de vida a qual se encontra. Para que tenhamos uma história que realmente prenda a curiosidade infantil, devemos despertar sua imaginação. Com características próximas na literatura infantil temos grandes contribuições dos contos de fadas. O conto de fadas é capaz de reviver o imaginário da própria literatura e até mesmo a sua estrutura fica misturada. Eles, os contos de fadas, ajudam no esclarecimento das emoções, através do estímulo à imaginação, ao encorajamento, de soluções na auto-estima e aborda questões psíquicas, edipianas, amor paterno e ritos de passagem para a vida adulta. Gostaria de partilhar essa informação dada pelo autor, acrescentando que na infância a fantasia transpassa a vida e a vida toma aspectos de fantasia. Assim, as fadas, as bruxas, os animais que falam e os heróis vão ao encontro dos interesses e anseios da criança. Embora eles vivam num mundo de contornos imprecisos, porém povoados de seres imaginários, vivos e atuantes dentro da lógica infantil. O conto de fada se encaixa perfeitamente nesse mundo de encantamento, ativando a imaginação e preenchendo a fantasia. Para isso, cito Schiller: “Há maior significado profundo nos contos de fadas que me contaram na infância, do que na verdade que a vida me ensina” (The Piccolomini, II,4).
Os contos de fadas tratam de problemas humanos universais, falam ao ego, dão validade ao id e atendem as requisições do ego e do superego. Bettelheim, ainda acrescenta que nos contos de fadas encontramos a mensagem de vencer obstáculos e conquistar a vitória. Em contrapartida as histórias modernas, para crianças, evitam estes problemas. As “estórias fora de perigo” não relatam morte, envelhecimento, limite existencial, nem desejo pela vida eterna. Também encontramos, nos contos de fadas, a predominância da tipificação dos personagens. Aí encontramos o bem e o mal no corpo e na forma de agir, de algumas figuras. Essa dualidade levanta o questionamento moral e evoca a luta para solucionar. Não acontece apenas uma preocupação de que a virtude deve vencer no final, para o bem da moralidade, mas, sobretudo a atração que o herói provoca na criança. Nos contos de fadas não há ambigüidade, ou a personagem é boa ou é má, e quanto mais simples e direto o personagem, mais fácil será sua identificação.